Lucy ficou órfã cedo. Foi criada pela tia Duca, que dizia tratá-la como filha, mas reservava a ela as sobras, os cantos, os edredons finos. Adolescente, ciente do poder do próprio corpo, quis ser puta. Achou que puta tinha escolha e decidiu que queria viver do gozo. Começou treinando com uns conhecidos, selecionados a dedo – por gosto ou por treino de resiliência, até se sentir pronta para formalizar a profissão. É a história de Lucy que vamos conhecer neste livro. Mas é também a história de Venâncio, por quem Lucy se apaixonou. E a história de Dalva, por quem Venâncio se apaixonou. E a história de Aurora, mãe de Dalva, que ensinou a ela um pouco do amor. São apostos que se abrem e depois se fecham na história de Lucy, para que o leitor entenda como cada um nessa ciranda mal-acabada aprendeu a amar. É como se a autora parasse de tempos em tempos para nos cochichar: aqui é importante você saber por que este sujeito ama assim. Mas pra isso, só olhando pro jeito que cada construiu o amor. E para saber como o