Há cenários que são protagonistas. As planícies venezuelanas, os llanos, são o primeiro plano neste embate entre o rural e o urbano, o erudito e o popular, a civilização e a barbárie. Mas por onde chega cada um deles, o que define onde está o progresso, quem traça a linha de corte da moral e quem castra os instintos e constrói as leis? Em cada terra se faz de um jeito. Nesta terra, se faz do jeito de Dona Bárbara, a latifundiária que sobreviveu à violência, que conviveu com o machismo e que misturou luxúria e feitiçaria para ganhar terrenos, gado e homens. Ela é a dona da palavra final, carrega o martelo da justiça, a chave da prisão, o laço do peão. É detentora de poderes que botam medo e do dinheiro que tudo compra. É assim pelo menos até a chegada de Santos Luzardo, o doutor, que conheceu a cidade e quer mudar o caminhar do llano. Dona Bárbara, do venezuelano Rómulo Gallegos, é tema do episódio de estreia da quinta temporada do Põe na Estante, no qual a apresentadora Gabriela Mayer recebe a professora
